No dia 14 de setembro, de 8h30 às 11h30, no auditório do Centro de Pastoral da Arquidiocese de Belém-PA, aconteceu o VI ENCONTRO ARQUIDIOCESANO DE PASTORAL DO DÍZIMO, que teve como tema: Como ler a Bíblia. O palestrante foi o missionário Adelar de Souza. Participaram do evento os missionários da EAPADI (Equipe Arquidiocesana de Pastoral do Dízimo), os articuladores das regiões episcopais Santana, Menino Deus e São Vicente de Paulo e Coordenadores de diversas Paróquias da Arquidiocese de Belém.
Confira abaixo o resumo da palestra e algumas fotos do evento:
PALESTRA - TEMA: COMO LER A BÍBLIA
A BÍBLIA CATÓLICA
A Bíblia não é apenas um livro. O termo bíblia é, etimologicamente, o plural da palavra biblion (o livro) e significa “os livros”. A Bíblia é uma biblioteca. Contém diversos escritos autônomos. Cada um tem sua própria história e deve ser lido dentro de seu próprio contexto histórico, gênero literário, intenção do autor, etc. Mas a Bíblia deve ser considerada uma unidade, para se compreender por que e em que sentido essa biblioteca foi constituída e assumida por determinados grupos religiosos. (KONINGS, 1997, pg. 11)
I - INFORMAÇÕES GERAIS
Entender a Bíblia exige atender regras, expressões e versões.
a) FORMAS DA BÍBLIA ( Cf. KONINGS 1999: pg. 14-19)
- HEBRAICA – Livros escritos em hebraico;
- JUDAICA ou TANAK – Usada atualmente;
- SEPTUAGINTA ou SETENTA (LXX) é a versão grega da Hebraica acrescida de sete livros escritos na língua grega;.
. CRISTÃ é o Antigo e Novo Testamento aceita pelos cristãos no original ou traduções
. GREGA é a Septuaginta e o Novo Testamento em língua grega (koiné) usada pelos primeiros cristãos e Igrejas Gregas;
. LATINA é a versão em latim popular da Grega;
. VULGATA (Sixto-Clementina) é a versão efetuada por São Gerônimo e oficializada pelo Concílio de Trento (1545-1563)
. NOVA VULGATA elimina imperfeições da Vulgata
. CATÓLICA (livros canônicos e deuterocanônicos)
. LUTERANA apresenta os livros canônicos; é aceita pelos luteranos e pentecostai
b) ALINGUAGEM BÍBLICA
Deus falou por meio de homens e à maneira humana (Cf. DV) na história, na cultura e na geografia. Cada livro porta um gênero de linguagem peculiar.
Segundo CECHINATO (2003: pg. 36-38), os principais são:
– Tratado religioso: apresenta uma verdade religiosa através de uma história aparente. (Gn 1-11)
– História popular: ensina religião no real e folclore. (Abraão, Isaac, Jacó)
– História descritiva: pessoas e fatos reais ensinam religião. (Samuel, Reis, Esdras, Neemias e Atos dos Apóstolos)
– Gênero didático: instruem, recomendam e orienta a vida. (Sabedoria, Provérbios, Eclesiastes, Eclesiástico)
- Gênero profético: adverte, repreende e encoraja. (os 4 profetas maiores e os 12 menores)
- Gênero apocalíptico: Encoraja nos momentos difíceis (Apocalípse e certos trechos dos profetas)
- Gênero poético: Poemas ou poesias (Salmos, Cânticos dos Cânticos e hinos espalhados pela Bíblia)
- Gênero jurídico: O núcleo da lei judaica (Levítico, Números e Deuteronômio).
- Gênero epistolar: Cartas ou epístolas dirigidas a pessoas ou comunidades (Paulinas e Católicas)
c) – A SIMBOLOGIA DOS NÚMEROS.
Os números, para os antigos, tinham sentido simbólico. Uma pessoa virtuosa e abençoada por Deus vivia inúmeros anos.
O plural denotava superioridade e santidade (Deuses, O Deus acima dos demais deuses e Santos, o Deus santo e fiel).
O número par representa coisa quebradiça, exceto o dez e o 12.
O número ímpar (indivisível) era mais perfeito que o par.
Segundo CHEQUINATO (2003: 39-40), os mais comuns são:
– UM: perfeito por excelência (origem dos demais)
– TRÊS: representa o triângulo (três faces iguais)
– SETE: o mais significativo por indicar a perfeição e a totalidade da criação. (70x7 = sempre ou completo).
– DEZ: dez dedos da mão e o decálogo
– DOZE: doze meses; doze tribos (Gn 35,22-26); doze apóstolos (Mt 10,1-5); doze portas guardadas por doze anjos; doze mil estádios e 144 mil eleitos (12.000x12 tribos) representam a perfeição máxima ou a vitoria final de Cristo.
D) – A QUANTIDADE DE LIVROS
A tradição apostólica aponta o cânon (lista) dos Livros Sagrados. Sendo 46 do Antigo e 27 do Novo Testamento (= 73), mas quando Jeremias e Lamentações são considerados um livro só, então teremos 72 livros, sendo 45 do AT e 27 do NT.
Jesus utilizou o Pentateuco, os Profetas e os Salmos. A Igreja primitiva utilizava a Septuaginta ou a Bíblia grega, organizada no século II antes de Cristo.
Os israelitas, os luteranos e os pentecostais não aceitam os livros escritos em língua grega (Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, (1+2) Macabeus, Daniel 3,24-90; 11-12 e Ester 11-16) .
Quanto à aceitação os livros se classificam em:
- Canônicos aceitos como inspirados pelas Igrejas Cristãs;
- Deuterocanônicos pela Igreja Católica.
Observação! A Bíblia Católica traz o “Imprimatur” ou “Imprima-se”, a autorização de um Bispo.
E) – MANUSEIO DA BÍBLIA
Os escritos bíblicos começaram com placas de cerâmica, passaram para o papiro e deste para o pergaminho (ROLO), a primeira sistematização bíblica.
Em 1214, Estepahn Langton, arcebispo de Cantuária, dividiu a Bíblia em capítulos e no século XVI, Robert Estiene, em versículos, diferindo de uma edição para outra (Cf. KONINGS\; 1999, pg. 16).
Para encontrar um livro, utiliza-se o índice dos livros.
Os livros bíblicos, em geral, estão divididos em Capítulos e versículos. Indica-se um texto, referindo Livro, capítulo e versículo, observados os sinais gráficos (Cf. CECHINATO, 2003: 103- 104):
– VÍRGULA: separa capítulo de versículo;
– TRAÇO: indica uma sequência de versículos, capítulos ou capítulos e versículos;
– PONTO: separa um versículo do outro;
– PONTO E VÍRGULA: separa capítulo de capítulo ou Livro de Livro;
– “S” indica o versículo seguinte e “SS”, os demais;
– “a”, “b”, “c” ... indica a parte do versículo desejada;
– “Cf.” aparece antes ou depois de uma citação, quando não são usadas as palavras originais do texto;
1.5.8 – Abreviatura diferente: Marcos = Mc, e (1+2) Macabeus = (1+2)Mc; João = Jo e Jó = Jó.
F) – LIVROS COM NOMES DIFERENTES
Existem Bíblias que trazem alguns livros com nomes diferentes:
– (1+2)Samuel e (1+2)Reis aparecem como (1,2,3+4) Reis;
– (1+2) Crônicas, como (1+2) Paralipômenos;
– Ao invés de Neemias e Esdras, trazem (1+2)Esdras;
– O Eclesiástico pode parecer como Sirac ou Sirácida, o Eclesiastes Qohelet ou Coelet e o Apocalípse como Revelação;
1.6.5 – Diferem capítulos e versículos em Daniel, Ester e Tobias.
II MÉTODO DE ESTUDO
– Leitura do texto. Uma pessoa lê e o grupo escuta e reler individualmente.
– Estudo e meditação do texto
– Análise literária: Vocabulário, estrutura, gênero e contexto histórico, geográfico, político e cultural
– Referências: Antigo ou Novo Testamento
– Autor e destinatários: Época do fato, do autor e da comunidade e o objetivo visado.
– Mensagem: O que revela sobre Deus, o homem e a situação e qual o compromisso pedido
– Atualização da mensagem: Comparar as situações
– Viver conforme a palavra de Deus. Aprofundar o texto escolhido e compartilhar a própria experiência de fé.
PRÓXIMO ENCONTRO ARQUIDIOCESANO DE PASTORAL DO DÍZIMO
DATA: 19 DE OUTUBRO
HORA: 8:30 ÀS 11:30
LOCAL: AUDITÓRIO DO CENTRO DE PASTORAL DA ARQUIDIOCESE
CONTAMOS COM A SUA PRESENÇA!
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