segunda-feira, 4 de abril de 2016

CURSO DE FORMAÇÃO DE COORDENADORES DE PASTORAL DO DÍZIMO 2016


Nos dias 02 e 03 de abril, de 8h às 17h (sábado) e 8h às 12h (domingo), no auditório do centro de evangelização de Fátima ( CEFAT), foi realizado O CURSO DE FORMAÇÃO DE COORDENADORES DE PASTORAL DO DÍZIMO.  Este evento foi organizado pela equipe de formação da EAPADI, com apoio das equipes de trabalho (liturgia, eventos e secretaria) e dos articuladores, cujo objetivo é capacitar para o trabalho da pastoral do dízimo nas paróquias e comunidades da Arquidiocese.
O assessor do curso foi o Sr. Eliezer Martins (missionário da EAPADI). Os temas trabalhados foram os seguintes:
- O contexto paroquial e a pastoral do dízimo;
- O perfil e as atribuições do coordenador de pastoral do dízimo;
- Dízimo no contexto atual;
- Orientação sobre planejamento e plano de ação na pastoral do dízimo.
Participaram do curso 42 pessoas (coordenadores e membros das equipes de pastoral do dízimo das paróquias da Arquidiocese).

Confira o resumo do conteúdo trabalhado e algumas fotos do evento:

CONTEÚDO:

I TEMA: O CONTEXTO PAROQUIAL E A PASTORAL DO DÍZIMO
I - O CONTEXTO DA IGREJA NO BRASIL HOJE
O mundo está passando por um momento conturbado de profundas e aceleradas transformações. Pessoas perdem a Fé, desistem de lutar pelos seus sonhos, a corrupção assola, as futilidades, o egoísmo e o egocentrismo aumentam...
II - O CONTEXTO PAROQUIAL
Como consequência disso, emergem algumas possibilidades de reação, as quais, na prática, se misturam:
1º) Flexibilidade e mobilidade
2º) Individualidade ou individualismo
3º) Imediato ou imediatismo
Diante deste contexto, devemos:
1) Ser referência;
2) Ser acolhedor;
3) Ser alguém que escuta;
4) Ser misericordioso.
III - A PASTORAL DO DÍZIMO
É a maior pastoral de uma paróquia, porque tem como público alvo todos os paroquianos. Logo, a área de atuação da equipe de pastoral do dízimo vai ser toda a paróquia.
IV - A ORGANIZAÇÃO PARÓQUIAL
A Paróquia começou a ser organizada no século IV. Foi estruturada pelo Concílio de Trento (Cf. CDC; p. 262). E, assim, definida pelo Código de Direito Canônico: Cân. 515 - § 1. Paróquia é uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja particular, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco como o seu pastor próprio, sob autoridade do Bispo diocesano.
Pessoas que ajudam o pároco:
-Vigário paroquial; coordenadores e/ou líderes de: Pastorais; Grupos; Movimentos; Conselhos (administrativo e técnico); Comunidades ou setores.
Para refletir!
Que conhecimento você tem sobre o pároco; as pastorais; os grupos; os movimentos, os conselhos e comunidades ou setores de sua Paróquia?
O pároco
-Você sabe se ele é religioso ou diocesano? Quanto tempo ele tem de ordenação? Qual é o entendimento dele sobre o dízimo?
As pastorais / grupos /movimentos
- Quais sãos as pastorais/grupos /movimentos existentes na paróquia? Quem são os coordenadores dessas pastorais/grupos /movimentos? Qual é o entendimento destes coordenadores sobre o dízimo?
Os Conselhos (administrativo e técnico) e as Comunidades ou setores.
- Os Conselhos: como funciona? Quem sãos seus membros? As Comunidades ou setores: quem são os líderes ou coordenadores? Qual é o entendimento destes sobre o dízimo?
V - A MISSÃO DA EQUIPE DE PASTORAL DO DÍZIMO SERÁ:
- Buscar novos dizimistas e sensibilizar para a partilha.
Sugestão
O coordenador, juntamente com sua equipe deve, após um minucioso diagnóstico das necessidades da pastoral, selecionar uma das prioridades baixo, a fim de fortalecer o dízimo.
Formação; Missão; Lazer; Liturgia; Captação de recursos:
REFERÊNCIAS
Atos dos Apóstolos: Atenção aos sinais dos tempos. Caderno 5. Brasília: abc BSB Editora, 2002. (Coleção ser Igreja no novo milênio)
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. 53ª Assembleia Geral da CNBB Aparecida, 15 a 24 de abril de 2015 – Artigo: ESCUTA, MISSÃO E MISERICÓRDIA:
ASPECTOS DO ROSTO DA IGREJA NO BRASIL DE HOJE
ESTUDOS DA CNBB Nº 08 – Pastoral do dízimo. 9 ed. São Paulo: Paulus, 2006.
MADUREIRA, Arístides L.. Pastoral da Partilha – Manutenção. Salvador: Ed. A Partilha, 2004.
IGREJA CATÓLICA: Código de Direito Canônico. Edições Loyola, 16ed, São Paulo, 2005

II TEMA: O PERFIL E AS ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR DE PASTORAL DO DÍZIMO
1) Todos somos vocacionados
Mas, o que é vocação?
Vocação é o chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana. É um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem. É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus. É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão. Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus. Deus elege por causa de alguns (comunidade) e esta eleição se manifesta no nosso dia a dia.
Distinção
2) Coordenador
a) O chamado
Todos somos chamados a fazer parte da Igreja, povo de Deus (Mt 11, 28-30); (Mc 13,13-19) e às vezes também convidados a desempenhar determinados serviços nesta (Mt 10,5-25).  Porém, à medida que ASSUMIMOS LIVREMENTE esse convite, devemos desempenhá-lo com RESPONSABILIDADE.
b) O significado do chamado
Assim, ser coordenador de pastoral do dízimo,  significa exercer um SERVIÇO pastoral na Igreja.
c) As atitudes de quem serve.
As atitudes devem ser de humildade; equilíbrio; autoridade; parcimônia (calma, paciência).
d) O que é necessário para ser coordenador de pastoral do dízimo?
1º) Ser cristão católico;
2º) Se identificar com a pastoral do dízimo;
3º) Participar das formações, encontro mensal e reuniões da região episcopal e/ou da EAPADI;
4º) Seguir as orientações/atribuições da pastoral do dízimo – Arquidiocese.
3) O perfil do coordenador
         Ser referência; ser acolhedor; ser alguém que escuta; ser misericordioso; ser humilde; ser equilibrado; ser alguém que tem autoridade; ser alguém que age com parcimônia (calma, paciência), ser apaixonado pela Igreja e sua missão; ser visionário; ser líder, estimulando sua equipe para a missão de evangelizar; ser promotor da paz e da unidade; ser corajoso e ousado, como Cristo o foi; ser amigo do pároco e dos membros da equipe.
4) As atribuições do coordenador de pastoral do dízimo
- Articular a pastoral, promovendo um relacionamento respeitoso e fraterno entre os membros da equipe; promover a unidade entre as outras pastorais da paróquia; distribuir tarefas entre os membros da equipe; promover, com o consentimento do pároco, cursos de formação, espiritualidade, encontros, estudo bíblico; visitar, com frequência, a pastoral do dízimo das comunidades da paróquia; participar dos encontros de formação e/ou reuniões promovidas pela equipe arquidiocesana de pastoral do dízimo; manter-se informado sobre as novidades e partilhá-las com o grupo; realizar a promoção humana dentro da equipe e entre os paroquianos; organizar agendas, calendários, planejamentos e coordenar reuniões, encontros etc; criar estatísticas e/ou gráficos que demonstrem a evolução do dízimo em termos qualitativo e quantitativo, no âmbito da paróquia.
III TEMA: DÍZIMO NO CONTEXTO ATUAL
1 - CONTEXTO HISTÓRICO 
Na história do dízimo entre os cristãos, podem-se distinguir três fases: 
1) até o século V;                                        
2) do século VI ao XVIII;
3) do século XIX aos dias atuais.
1)    Primeira fase - Até o século V
Dízimo como opção: ênfase na partilha; Sustentar os ministros e auxiliar as pessoas carentes (dar os bens aos pobres etc).
2) Segunda fase -do século VI ao século XVIII
- Dízimo como obrigação:
1º Momento
1)  Os bispos determinam aos fiéis pagarem o dízimo, sem impor punição. Vejamos:
2º Momento
2)    Os bispos ordenam aos fiéis pagarem o dízimo, sob pena se sofrerem
Punição (excomunhão).

3)    Terceira fase – do século XVIII aos dias atuais.
1º momento
-Dízimo cai em descrédito. Vejamos:
2º momento
1) Dízimo é extinto.
2) Passa-se cobrar taxas, espórtulas e coletas

3 - SENTIDO PARA O DÍZIMO, HOJE
Historicamente, e com grande riqueza de variações, os sistemas de manutenção das comunidades e seus ser­viços, parecem reduzirem-se fundamentalmente a quatro:
1)    O sistema de doações espontâneas como expressão da disponibilidade religiosa do homem e do espírito de sacrifício;
2)    O sistema de dízimo fruto de uma legislação precisa, com a consequente obrigação jurídica e sanção cor­respondente;
3)    O sistema de côngrua, isto é, subvenção dos minis­tros e do culto por parte dos governos "cristãos”.
4)    O sistema de taxas, pagas por ocasião de certos ser­viços religiosos.

4- DÍZIMO NO CONTEXTO ATUAL
Diante deste quadro, a Igreja do Brasil fez opção pelo dízimo, por quê?
1) A Igreja precisava dar testemunho de fé e vida;
2) Os recursos vindos de fora começaram faltar;
3) O dízimo é a forma evangelicamente mais adequada de sustentar a Igreja.

Qual foi o caminho que a Igreja tomou?
Trabalhar este não mais como opção, tampouco como obrigação, mas como DEVER MORAL de cada cristão católico, resgatando o sentido bíblico, teológico e pastoral deste. O que significa resgatar o sentido bíblico, teológico e pastoral do dízimo? Significa dizer que o dízimo é um ato de fé e gratidão a Deus e amor à Igreja.
5 - AS RESISTÊNCIAS QUE O DÍZIMO ENFRENTA, HOJE:
1) Alguns questionam sua prática, pois dizem que a Igreja é rica e não precisa de mais dinheiro.

2) Outros não estão convencidos de que o Novo Testamento trate dessa matéria com clareza.
3) Há aqueles que preferem dar ocasionalmente uma oferta, buscando com isso substituir a prática do dízimo e falam que não dão o dízimo porque já exercem uma função na Igreja (coordenação de pastoral, grupo, movimento, outros serviços etc).
4) Alguns outros, seja por amor ao dinheiro ou dificuldades financeiras não conseguem entregar as primícias da sua renda para Deus.
5) Há ainda aqueles que se dizem dizimistas, mas não são regulares na devolução.
6) Ainda outros que se sentem no direito de administrar o próprio dízimo, entregando-o aonde bem entendem.

6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
1) até o século V - Dízimo como opção

2) do século VI ao XVIII - Dízimo como obrigação

3) do século XIX aos dias atuais - Dízimo como dever moral
O ponto comum entre os três dízimos e que ambos ajudam a Igreja em suas necessidades. Contudo, o dízimo como dever moral é o mais adequado para trabalharmos na Igreja, hoje porque além de criar o espírito de comunidade, cooperação, partilha entre os católicos, este educa para a GRATIDÃO a Deus.
Logo, no contexto atual não basta apenas trabalhar a ideia de que o católico tem que ser dizimista porque a paróquia está precisando de recursos econômicos ou para ajudá-la em suas necessidades.  Além disso, temos que, de alguma forma, fazer o paroquiano entender que o dízimo é uma forma de agradecer a Deus por tudo que este recebeu d’Ele.

REFERÊNCIAS
BIBLIA EDIÇÃO PASTORAL.São Paulo: Paulus, 1990
ESTUDOS DA CNBB Nº 08 – Pastoral do dízimo.9 ed. São Paulo: Paulus, 2006.
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IV TEMA: ORIENTAÇÕES SOBRE PLANEJAMENTO E PLANO DE AÇÃO
1) Planejamento
Consiste em diagnosticar o problema; selecionar as prioridades; para depois elaborar estratégias para se alcançar os resultados.
Planejamento estratégico na pastoral do dízimo
Entende-se por pastoral do dízimo uma organização da Igreja formada por equipe de pastoral do dízimo e dizimistas.  Logo, planejamento estratégico na pastoral do dízimo consiste em verificar: os pontos fortes e fracos; as oportunidades e ameaças dessa pastoral.
Para isso deve-se fazer a análise de swot que consiste em verificar:
a) O ambiente interno:
Equipe e dizimistas.
Exemplos:
Pontos fortes: apoio do padre, boa arrecadação do dízimo, sala para fazer reunião da equipe etc.
Pontos fracos: falta de prestação de conta do dízimo arrecadado, membros da equipe envolvidos em outras pastorais, pouca participação nas reuniões da equipe, falta de formação para os membros da equipe etc.


Atividade 01
Levando em conta apenas o ambiente interno da pastoral do dízimo (equipe e dizimistas) de sua paróquia
1º) Enumere os pontos fortes e os pontos fracos.
2º) Para cada ponto fraco indique uma ação que você pretende fazer para fortalecê-lo.
Exemplo
Ponto fraco
- Pessoas que não sabem o que significa ser coordenador de pastoral do dízimo.
Ação
-Promover curso para coordenadores de pastoral do dízimo.

2) O ambiente externo
Paróquia: religiosos (vigário, diácono, freiras, seminaristas), coordenadores e membros de outras pastorais, grupos, movimentos, conselhos (COPAE, CPP).
Sociedade: organizações governamentais e não governamentais, outras religiões cristãs.
- Quais são as oportunidades? Quais sãos as ameaças?
Exemplos:
Oportunidades: Conhecer como as outras religiões trabalham o dízimo; participar de cursos ofertados por organizações governamentais (Universidades, SENAC, SEBRAE) e não-governamentais (IPAR, CCFC, EAPADI).
Ameaças: Influência de outras religiões sobre a interpretação Bíblica do dízimo (10%, pagamento etc), bingos, rifas, falta de recurso para investir em formação pessoal, tais como: cursos, oficinas etc. Falta de apoio da família.

Atividade 02
Levando em conta apenas o ambiente externo da pastoral do dízimo (paróquia /sociedade):
1º) Enumere as oportunidades e ameaças.
2º) Para cada ameaça indique uma ação que você pretende fazer para amenizá-la.
Exemplo
Ameaça: bingos, rifas como forma de conseguir recursos para a pastoral ou paróquia
Ação: promover café partilhado ou jantar ou chá para conseguir recursos para  pastoral ou paróquia.
O que fazer?
Como se observa, o planejamento estratégico serviu para se verificar os problemas (ponto fraco e ameaças) e apontar solução para estes (ação).
Ao selecionar as prioridades deve-se levar em conta:
1º ) Com quem poderei contar para realizar estas tarefas?
2º )  Quanto tempo terei para fazer isso?
3º ) Tenho tempo disponível?
Atividade 03
Neste momento cabe a equipe selecionar apenas as ações que serão possíveis realizar durante o ano.
Obs. Somente depois de ter feito o levantamentos das necessidades, selecionados as prioridades que a equipe poderá elaborar o Plano de ação.
O desempenho do público alvo e diretamente proporcional ao desempenho da Equipe Pastoral. Se a equipe vai mal, logo o público também irá mal.
























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