Nos dias 02 e 03 de abril, de 8h às 17h (sábado) e 8h às 12h (domingo), no auditório do centro de evangelização de Fátima ( CEFAT), foi realizado O CURSO DE FORMAÇÃO DE COORDENADORES DE PASTORAL DO DÍZIMO. Este evento foi organizado pela equipe de formação da EAPADI, com apoio das equipes de trabalho (liturgia, eventos e secretaria) e dos articuladores, cujo objetivo é capacitar para o trabalho da pastoral do dízimo nas paróquias e comunidades da Arquidiocese.
O assessor do
curso foi o Sr. Eliezer Martins (missionário da EAPADI). Os temas trabalhados
foram os seguintes:
-
O contexto paroquial e a pastoral do dízimo;
-
O perfil e as atribuições do coordenador de pastoral do dízimo;
-
Dízimo no contexto atual;
-
Orientação sobre planejamento e plano de ação na pastoral do dízimo.
Participaram do curso 42 pessoas (coordenadores e membros das equipes de
pastoral do dízimo das paróquias da Arquidiocese).
Confira o resumo do conteúdo trabalhado e algumas fotos do evento:
CONTEÚDO:
I
TEMA: O CONTEXTO PAROQUIAL E A PASTORAL DO DÍZIMO
I - O CONTEXTO DA IGREJA NO BRASIL HOJE
O mundo está passando por um momento
conturbado de profundas e aceleradas transformações. Pessoas perdem a Fé,
desistem de lutar pelos seus sonhos, a corrupção assola, as futilidades, o
egoísmo e o egocentrismo aumentam...
II - O CONTEXTO PAROQUIAL
Como consequência disso, emergem algumas possibilidades de
reação, as quais, na prática, se misturam:
1º) Flexibilidade e mobilidade
2º) Individualidade ou individualismo
3º) Imediato ou imediatismo
Diante
deste contexto, devemos:
1) Ser referência;
2) Ser acolhedor;
3) Ser alguém que escuta;
4) Ser misericordioso.
III - A PASTORAL DO DÍZIMO
É a maior
pastoral de uma paróquia, porque tem como público alvo todos os paroquianos.
Logo, a área de atuação da equipe de pastoral do dízimo vai ser toda a paróquia.
IV - A ORGANIZAÇÃO PARÓQUIAL
A Paróquia começou a ser organizada
no século IV. Foi estruturada
pelo Concílio de Trento (Cf. CDC; p. 262). E, assim, definida pelo Código de
Direito Canônico: Cân. 515 - § 1.
Paróquia é uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente
na Igreja particular, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco
como o seu pastor próprio, sob autoridade do Bispo diocesano.
Pessoas que ajudam o pároco:
-Vigário paroquial; coordenadores
e/ou líderes de: Pastorais; Grupos; Movimentos; Conselhos (administrativo e
técnico); Comunidades ou setores.
Para refletir!
Que
conhecimento você tem sobre o pároco; as pastorais; os grupos; os
movimentos, os conselhos e comunidades ou setores de sua Paróquia?
O pároco
-Você sabe se ele é religioso ou diocesano? Quanto tempo ele
tem de ordenação? Qual é o entendimento dele sobre o dízimo?
As pastorais / grupos /movimentos
- Quais sãos as pastorais/grupos /movimentos existentes na
paróquia? Quem são os coordenadores dessas pastorais/grupos /movimentos? Qual é
o entendimento destes coordenadores sobre o dízimo?
Os Conselhos (administrativo e técnico) e as Comunidades ou
setores.
- Os Conselhos: como funciona? Quem sãos seus
membros? As Comunidades ou setores: quem
são os líderes ou coordenadores? Qual é
o entendimento destes sobre o dízimo?
V - A MISSÃO DA EQUIPE DE PASTORAL DO DÍZIMO SERÁ:
- Buscar novos dizimistas e sensibilizar
para a partilha.
Sugestão
O
coordenador, juntamente com sua equipe deve, após um minucioso diagnóstico das
necessidades da pastoral, selecionar uma das prioridades baixo, a fim de
fortalecer o dízimo.
Formação; Missão; Lazer; Liturgia; Captação de recursos:
REFERÊNCIAS
Atos dos
Apóstolos: Atenção aos sinais dos tempos. Caderno 5. Brasília: abc BSB Editora,
2002. (Coleção ser Igreja no novo milênio)
CONFERÊNCIA
NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. 53ª
Assembleia Geral da CNBB Aparecida, 15 a 24 de abril de 2015 – Artigo: ESCUTA,
MISSÃO E MISERICÓRDIA:
ASPECTOS
DO ROSTO DA IGREJA NO BRASIL DE HOJE
ESTUDOS
DA CNBB Nº 08 – Pastoral do dízimo.
9 ed. São Paulo: Paulus, 2006.
MADUREIRA,
Arístides L.. Pastoral da Partilha – Manutenção. Salvador: Ed. A
Partilha, 2004.
IGREJA CATÓLICA: Código
de Direito Canônico. Edições Loyola, 16ed, São Paulo, 2005
II
TEMA: O PERFIL E AS ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR DE PASTORAL DO DÍZIMO
1) Todos somos
vocacionados
Mas, o que é vocação?
Vocação
é o chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa
humana. É um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem. É
dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus. É um
chamado para fazer algo, para cumprir uma missão. Toda pessoa é vocacionada, é
eleita por Deus. Deus elege por causa de alguns (comunidade) e esta eleição se
manifesta no nosso dia a dia.
Distinção
2) Coordenador
a) O chamado
Todos
somos chamados a fazer parte da Igreja, povo de Deus (Mt 11, 28-30); (Mc
13,13-19) e às vezes também convidados
a desempenhar determinados serviços nesta (Mt 10,5-25). Porém, à medida que ASSUMIMOS LIVREMENTE esse
convite, devemos desempenhá-lo com RESPONSABILIDADE.
b)
O significado do chamado
Assim, ser coordenador de pastoral do dízimo,
significa exercer
um SERVIÇO pastoral na Igreja.
c) As atitudes
de quem serve.
As atitudes devem ser de humildade; equilíbrio; autoridade; parcimônia
(calma, paciência).
d) O que é necessário para ser
coordenador de pastoral do dízimo?
1º) Ser cristão católico;
2º) Se identificar com a
pastoral do dízimo;
3º) Participar das
formações, encontro mensal e reuniões da região episcopal e/ou da EAPADI;
4º) Seguir as
orientações/atribuições da pastoral do dízimo – Arquidiocese.
3) O perfil do coordenador
Ser
referência; ser acolhedor; ser alguém que escuta; ser misericordioso; ser
humilde;
ser equilibrado; ser alguém que tem
autoridade; ser alguém que age com parcimônia (calma, paciência), ser apaixonado
pela Igreja e sua missão; ser visionário; ser líder, estimulando sua equipe
para a missão de evangelizar; ser promotor da paz e da unidade; ser corajoso e
ousado, como Cristo o foi; ser amigo do pároco e dos membros da equipe.
4) As atribuições do coordenador
de pastoral do dízimo
- Articular a pastoral, promovendo um relacionamento
respeitoso e fraterno entre os membros da equipe; promover a unidade entre as
outras pastorais da paróquia; distribuir tarefas entre os membros da equipe; promover,
com o consentimento do pároco, cursos de formação, espiritualidade, encontros,
estudo bíblico; visitar, com frequência, a pastoral do dízimo das comunidades
da paróquia; participar dos encontros de formação e/ou reuniões promovidas pela
equipe arquidiocesana de pastoral do dízimo; manter-se informado sobre as
novidades e partilhá-las com o grupo; realizar a promoção humana dentro
da equipe e entre os paroquianos; organizar agendas, calendários, planejamentos
e coordenar reuniões, encontros etc; criar estatísticas e/ou gráficos que
demonstrem a evolução do dízimo em termos qualitativo e quantitativo, no âmbito
da paróquia.
III
TEMA: DÍZIMO NO CONTEXTO ATUAL
1 - CONTEXTO HISTÓRICO
Na história do
dízimo entre os cristãos, podem-se distinguir três fases:
1) até o século V;
2) do século
VI ao XVIII;
3) do século XIX aos dias atuais.
1) Primeira fase - Até o século V
Dízimo como opção: ênfase na
partilha; Sustentar os ministros e auxiliar as pessoas carentes (dar os bens
aos pobres etc).
2)
Segunda fase -do século VI ao século XVIII
- Dízimo como obrigação:
1º
Momento
1) Os bispos determinam aos fiéis pagarem o dízimo, sem
impor punição. Vejamos:
2º
Momento
2)
Os bispos ordenam aos fiéis pagarem o dízimo, sob pena se
sofrerem
Punição
(excomunhão).
3) Terceira fase – do século XVIII aos dias atuais.
1º
momento
-Dízimo cai em descrédito. Vejamos:
2º momento
1) Dízimo é extinto.
2) Passa-se cobrar taxas, espórtulas e coletas
3
- SENTIDO PARA O DÍZIMO, HOJE
Historicamente,
e com grande riqueza de variações, os sistemas de manutenção das comunidades e
seus serviços, parecem reduzirem-se fundamentalmente a quatro:
1)
O
sistema de doações espontâneas como expressão da disponibilidade religiosa do
homem e do espírito de sacrifício;
2)
O
sistema de dízimo fruto de uma legislação precisa, com a consequente obrigação
jurídica e sanção correspondente;
3)
O
sistema de côngrua, isto é, subvenção dos ministros e do culto por parte dos
governos "cristãos”.
4)
O
sistema de taxas, pagas por ocasião de certos serviços religiosos.
4-
DÍZIMO NO CONTEXTO ATUAL
Diante deste quadro, a Igreja do Brasil
fez opção pelo dízimo, por quê?
1)
A Igreja precisava dar testemunho de fé e vida;
2)
Os recursos vindos de fora começaram faltar;
3)
O dízimo é a forma evangelicamente mais adequada de sustentar a Igreja.
Qual foi o caminho que a Igreja
tomou?
Trabalhar este não mais como opção,
tampouco como obrigação, mas como DEVER MORAL de
cada cristão católico, resgatando o sentido bíblico, teológico e pastoral
deste. O que significa resgatar o sentido bíblico, teológico
e pastoral do dízimo? Significa dizer que o dízimo é um ato de fé e gratidão
a Deus e amor à Igreja.
5 - AS RESISTÊNCIAS QUE O DÍZIMO ENFRENTA,
HOJE:
1)
Alguns questionam sua prática, pois dizem que a Igreja é rica e não
precisa de mais dinheiro.
2)
Outros não estão convencidos de que o Novo Testamento trate dessa matéria
com clareza.
3)
Há aqueles que preferem dar ocasionalmente uma oferta, buscando com isso
substituir a prática do dízimo e falam que não dão o dízimo porque já
exercem uma função na Igreja (coordenação de pastoral, grupo, movimento,
outros serviços etc).
4)
Alguns outros, seja por amor ao dinheiro ou dificuldades financeiras não
conseguem entregar as primícias da sua renda para Deus.
5)
Há ainda aqueles que se dizem dizimistas, mas não são regulares na devolução.
6)
Ainda outros que se sentem no direito de administrar o próprio dízimo,
entregando-o aonde bem entendem.
6
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
1)
até o século V
- Dízimo como opção
2)
do século VI ao XVIII - Dízimo como obrigação
3) do século
XIX aos dias atuais - Dízimo como dever
moral
O ponto comum entre os três dízimos e que ambos ajudam a Igreja em suas necessidades.
Contudo, o dízimo como dever moral é o mais adequado para
trabalharmos na Igreja, hoje porque além de criar o espírito de comunidade,
cooperação, partilha entre os católicos, este educa
para a GRATIDÃO a Deus.
Logo, no
contexto atual
não basta apenas trabalhar a ideia de que o católico tem que ser
dizimista porque a paróquia está precisando de recursos econômicos ou para
ajudá-la em suas necessidades. Além
disso, temos que, de alguma forma, fazer o paroquiano entender que o dízimo
é uma forma de agradecer a Deus por tudo que este recebeu d’Ele.
REFERÊNCIAS
BIBLIA EDIÇÃO PASTORAL.São Paulo:
Paulus, 1990
ESTUDOS DA CNBB Nº 08 – Pastoral do dízimo.9 ed. São Paulo:
Paulus, 2006.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
IV
TEMA: ORIENTAÇÕES SOBRE PLANEJAMENTO E PLANO DE AÇÃO
1) Planejamento
Consiste em diagnosticar
o problema; selecionar as
prioridades; para depois elaborar estratégias para
se alcançar os resultados.
Planejamento estratégico na pastoral do
dízimo
Entende-se
por pastoral do dízimo uma
organização da Igreja formada por equipe
de pastoral do dízimo e dizimistas.
Logo, planejamento estratégico na
pastoral do dízimo consiste em verificar: os pontos fortes e fracos;
as oportunidades e ameaças dessa pastoral.
Para isso deve-se fazer
a análise de swot que consiste em verificar:
a) O ambiente interno:
Equipe
e dizimistas.
Exemplos:
Pontos fortes: apoio do padre, boa arrecadação do
dízimo, sala para fazer reunião da equipe etc.
Pontos fracos: falta de prestação de conta do
dízimo arrecadado, membros da equipe envolvidos em outras pastorais, pouca
participação nas reuniões da equipe, falta de formação para os membros da
equipe etc.
Atividade 01
Levando
em conta apenas o ambiente interno da pastoral do dízimo (equipe e dizimistas)
de sua paróquia
1º) Enumere os pontos fortes e os pontos fracos.
2º) Para cada ponto fraco indique uma ação que você pretende fazer
para fortalecê-lo.
Exemplo
Ponto fraco
- Pessoas que não sabem o que significa ser coordenador de pastoral do
dízimo.
Ação
-Promover curso para coordenadores de pastoral do dízimo.
2) O ambiente externo
Paróquia:
religiosos (vigário, diácono, freiras, seminaristas), coordenadores e membros
de outras pastorais, grupos, movimentos, conselhos (COPAE, CPP).
Sociedade: organizações governamentais e não
governamentais, outras religiões cristãs.
- Quais são as oportunidades? Quais sãos as ameaças?
Exemplos:
Oportunidades:
Conhecer como as outras religiões trabalham o dízimo; participar de cursos
ofertados por organizações governamentais (Universidades, SENAC, SEBRAE) e
não-governamentais (IPAR, CCFC, EAPADI).
Ameaças:
Influência de outras religiões sobre a interpretação Bíblica do dízimo (10%,
pagamento etc), bingos, rifas, falta de recurso para investir em formação
pessoal, tais como: cursos, oficinas etc. Falta de apoio da família.
Atividade 02
Levando
em conta apenas o ambiente externo da pastoral do dízimo (paróquia /sociedade):
1º)
Enumere as oportunidades e ameaças.
2º) Para cada ameaça indique uma ação que você pretende fazer para
amenizá-la.
Exemplo
Ameaça: bingos,
rifas como forma de conseguir recursos para a pastoral ou paróquia
Ação: promover café
partilhado ou jantar ou chá para conseguir recursos para pastoral ou paróquia.
O que fazer?
Como
se observa, o planejamento estratégico serviu para se verificar os
problemas (ponto fraco e ameaças) e apontar solução para estes (ação).
Ao
selecionar as prioridades deve-se levar em conta:
1º ) Com
quem poderei contar para realizar estas tarefas?
2º ) Quanto tempo terei para fazer isso?
3º )
Tenho tempo disponível?
Atividade
03
Neste
momento cabe a equipe selecionar apenas as ações que serão possíveis realizar
durante o ano.
Obs.
Somente
depois de ter feito o levantamentos das necessidades, selecionados as prioridades
que a equipe poderá elaborar o Plano de
ação.
O desempenho
do público alvo e diretamente proporcional ao desempenho da Equipe
Pastoral. Se a equipe vai mal, logo o público também irá
mal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário