A COMPREENSÃO DO DÍZIMO NO DOC 106
I - Definição de dízimo
1º) Mas afinal,
o que é o dízimo católico?
No
sentido pastoral “é
uma contribuição sistemática e periódica dos fieis, por
meio da qual cada comunidade assume corresponsavelmente sua sustentação
e a da Igreja. (Cf.Documento da CNBB 106, n.06).
É
importante perceber:
Quando o documento diz que o dízimo “é uma contribuição sistemática”. Isso significa que tal contribuição é estável, deve ser assumida de modo permanente. Quando o documento diz que o dízimo “é uma contribuição periódica”. Isso quer dizer que sua contribuição pode “ser mensal ou estar ligado às colheitas ou à venda de produtos, sendo realizada na ocasião em que se recebe o salário ou outros tipos de ganhos.” (Cf. Doc 106 da CNBB, n. 11).
No sentido bíblico – teológico, o dízimo é um ato de FÉ e GRATIDÃO a Deus e AMOR à Igreja. Por quê? Por que acreditamos que tudo que temos foi Deus que nos deu. Em gratidão a Ele devolvemos um pouco do que ele nos deu. Isso mostra o amor que sentimos por nossa Igreja.
2º)
Por que a Igreja diz que a motivação para alguém ser dizimista deve ser a
gratidão a Deus?
Porque a gratidão é uma consequência do reconhecimento de que se recebeu algo de alguém. Pois só agradece quem reconhece. Aquele (a) que age apenas pela razão diz: “eu tenho graças aos meus esforços, graça ao meu trabalho.” Mas quem age pela razão e, sobretudo pela fé em Deus sempre vai dizer: “se não fosse Deus me dar força, saúde e abençoar o meu trabalho eu não teria nada. Graças a Deus eu tenho.” Por isso, ao reconhecer que tudo que tem foi Deus que lhe deu, o fiel católico é convidado a agradecê-lo. Existem várias formas de demonstrar essa gratidão a Deus. Uma delas é ajudar a Igreja em suas necessidades. Como ajudo a Igreja? Por meio do dízimo.
3º) Quanto eu
devo dar de dízimo?
Quando a motivação para alguém ser dizimista é a gratidão a Deus, pode-se dizer que tal contribuição não tem limite, depende do amor que o fiel sente pela sua Igreja (Paróquia e/ou comunidade). Neste sentido o fiel pode contribuir com 10% de seus rendimentos ou 5%, 2% ou mais. Pois para Deus não importa a quantidade e sim a qualidade, ou seja, se essa contribuição é feita com e por amor à Igreja.
4º) O dízimo é
individual ou familiar?
Se partirmos do princípio da gratidão,
pode-se dizer que é individual. Pois se fui eu quem recebi sou eu que devo
agradecer. Assim, cada fiel é convidado agradecer a Deus por tudo que recebeu d’Ele.
Mas é bom ressaltar que, se o casal preferir dar uma contribuição em nome da
família isso é possível, desde que os membros da família tenham ciência do
verdadeiro sentido do dízimo na Igreja.
5º) Alguém está
dispensado em ser dizimista?
Se a motivação para ser dizimista é a
gratidão a Deus, não. Pois todos devem agradecer a Deus. O dízimo é uma das
formas de mostrar essa gratidão. Por isso,
O FIEL CATÓLICO NÃO “PAGA” O DÍZIMO À IGREJA, MAS AGRACEDE A DEUS POR MEIO
DE SEU DÍZIMO.
6º)
Qual a importância do dízimo para a comunidade/ paróquia ou área missionária?
O dízimo permite que a
comunidade paroquial exista, se mantenha e cumpra com aquela que é a sua tarefa
prioritária: a evangelização. Sem o
dízimo, a estrutura que possibilita a ação evangelizadora fica comprometida,
quando não seriamente danificada ou até mesmo impossibilita de alcançar
o seu objetivo.
7º)
A sustentação da comunidade é, portanto, responsabilidade de todos os seus
membros?
Sim.
Todos os batizados são responsáveis pela sustentação e manutenção da comunidade
à qual pertencem. Da pastoral da acolhida à pastoral do dízimo, tudo é responsabilidade
de todos. Cada um deve fazer a sua parte de acordo com a vocação e os dons que
recebeu de Deus. Ou seja, cada um deve fazer a sua parte sem perder de vista o
todo, que é responsabilidade de toda a comunidade.
8º)
Eu batizado e, portanto membro de uma comunidade, sou responsável pela
sustentação financeira da minha comunidade?
Sim! Você é responsável pela sua comunidade, mas não só você: todos os batizados o são. Se cada um dos membros fizer a sua parte, a comunidade atingirá aquela que é a sua meta prioritária: a evangelização de todos.
Conclusão
“Com o dízimo, o fiel vivencia a sua consciência de ser membro da Igreja, pela qual é cor-responsável, contribuindo para que a comunidade disponha do necessário para realizar o culto divino, desenvolver sua missão [...] e socorrer os necessitados. (Cf. Doc da CNBB 106, n.30). Ou seja, por meio do dízimo é possível a comunidade (paróquia) dispor dos recursos necessários para suprir suas necessidades.
REFERÊNCIA
DOCUMENTOS DA
CNBB, Nº 106 – O dízimo na comunidade de
fé: orientações e propostas. São
Paulo: Edições CNBB, 2016.
Por
Eliezer Martins
II - Fundamento bíblico do dízimo
no Antigo Testamento
Leitor 01: Vamos refletir sobre o FUNDAMENTO
BIBLICO DO DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO. Mas afinal, onde encontramos o
fundamento do Dízimo?
Leitor 02:
De acordo com o documento 106, “a
principal fundamentação do dízimo encontra-se na Sagrada Escritura. Esta deve
ser lida em comunhão com a Igreja – que é ‘a casa da Palavra’ – para evitar
distorções ou reduções de seu significado” .
Leitor 01: Às vezes a gente se pergunta: o que é importante recordar em relação à orientação
da Igreja? Podemos dizer que: antes de tudo, é preciso recordar que a Revelação
divina é progressiva e orientada para Cristo. Isso permite compreender o que é
essencial no dízimo, distinguindo-o das diversas formas que ele assumiu ao
longo da narrativa bíblica e da história da Igreja. Por exemplo: no Antigo
Testamento num primeiro momento o dízimo aparece como gratidão a Deus, depois
como lei divina, ou seja, obrigação. No Novo Testamento não se fala em dízimo
legal, obrigatório e sim em Partilha.
Leitor 02:
Às vezes nas nossas formações nas paróquias, as pessoas nos perguntam: para compreendemos o dízimo, basta apenas ler
a Bíblia? É claro que respondemos, NÃO, pois além da Bíblia, precisamos da Igreja para nos orientar, a fim
de se evitar
distorções ou reduções do verdadeiro significado do dízimo, ou seja, a Bíblia por si só não basta.
Isso implica dizer que o missionário deve falar sobre o dízimo à luz da
Bíblia e de acordo com a orientação da
Igreja católica contida no documento 106 da CNBB. Aí você pode me perguntar: Por
quê? Eu lhe respondo: porque
a cada ano vemos surgir mais e mais religiões, cada qual com uma interpretação
bíblica diferente sobre o dízimo.
Leitor 01: Você tem toda razão. Na nossa Igreja seguimos apenas uma
orientação, ou seja, a orientação dos bispos contida no documento 106 da CNBB.
Então, você pode estar se perguntando:
como o dízimo aparece no Antigo Testamento? Veja bem: o documento 106
divide o dízimo no Antigo Testamento em três momentos: Primeiro -Dízimo dos
Patriarcas; Segundo: dízimo de Moisés; Terceiro: dízimo dos Profetas. Agora
preste bem atenção! Nos Patriarcas, o dízimo aparece como reconhecimento e
gratidão. Isso você pode conferir no livro do Genesis 14, 18-20, o chamado
dízimo de Abrão e também no livro de Genesis 28,18-22, o dízimo de Jacó. Estes textos mostram o nascimento do dízimo com Abrão e o
sacerdote Melquizedec e relata a promessa de Jacó em dar a Deus o dízimo de
todos os seus bens.
Leitor 02:
É importante ressaltar: como o Dízimo é
trabalhado nos livros relacionados a Moisés. Pois bem, nos Livros atribuídos a
Moisés, o Dízimo aparece não somente como reconhecimento, mas como preceito, ou
seja, como lei divina. Isso podemos conferir nos livros do Deuteronômio, Números
e Levítico.
Leitor 01: Isso mesmo, nos livros do Deuteronômio, Números e Levítico o dizimo aparece como
reconhecimento e preceito, ou seja, como lei, portanto naquele momento o dízimo
era obrigatório. Porém é bom ressaltar que mesmo quando
o dízimo está sob a legislação mosaica, ele tem as três finalidades: sustento
dos levitas e sacerdotes; socorro aos necessitados e manifestação do temor de
Deus.”
Leitor 02:
Neste sentido, posso citar três exemplos
de finalidades do dízimo nos Livros atribuídos a Moisés:
Primeira finalidade: ajudar no sustento dos levitas.
Ouça o que diz o texto bíblico tirado do livro
dos Numeros18, 20-21:
“Javé disse a
Aarão: ‘Você não receberá nenhuma herança, nem parte na terra. Para
você, eu sou a sua parte e a sua herança no meio dos filhos de Israel. Aos
filhos de Levi dou como herança
todos os dízimos recolhidos em Israel, para pagar os serviços que me
prestam na tenda da reunião [...]
Segunda finalidade: auxiliar aos necessitados.
Ouça o que diz o texto bíblico tirado do livro
do Deuteronômio 14,28-29:
“A cada três
anos você pegará o dízimo da colheita do ano e o colocarás na
porta da cidade. Então virá o levita que não recebeu uma parte na herança de
vocês, o imigrante, o órfão e a viúva que vivem nas suas
cidades, e comerão até ficarem saciados. Desse modo, Javé seu Deus abençoará
você em todo trabalho que você realizar”
Terceira finalidade: exercitar o temor a Deus.
Ouça o que diz o texto bíblico tirado do livro
do Deuteronômio 14,22-23:
“Todos os anos
você separará o dízimo de qualquer produto de seus campos e o comerá diante de
Javé seu Deus, no lugar que ele tiver escolhido para aí fazer habitar o nome
dele; nesse lugar você comerá o dízimo do trigo, do vinho novo e do óleo, e
também os primogênitos das vacas e das ovelhas, para que você aprenda
continuamente a temer Javé seu Deus .
Leitor 01: Agora vamos ver como o Dízimo é trabalhado nos profetas. Segundo o doc 106, os profetas releem
o preceito do dízimo sob o prisma da fidelidade à aliança, ou seja,
pedem ao povo hebreu que não se desvie do caminho do senhor, mas permaneçam
fiel a aliança divina de continuar seguindo os mandamentos da lei de Moisés e
contribuindo para que haja sempre alimento na casa do senhor.
Leitor 02:
É neste sentido que o documento 106 interpreta
o texto de Malaquias capítulo 3, 10-11:
“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em
minha casa. Fazei a experiência - diz
o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se
não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário.”
Leitor 01: Por fim gostaria de dizer que este percurso bíblico que acabamos de resumir para você, nos mostra que o dízimo no Antigo Testamento, num primeiro momento aparece como reconhecimento e gesto de gratidão a Deus. Depois como preceito, por fim como fidelidade a aliança. Contudo, mesmo quando o dízimo está sob a lei, este não deixa de ter as seguintes finalidades: sustentar os levitas; auxiliar os necessitados e exercitar o temor a Deus, ou seja, desde o inicio o dízimo está relacionado a solidariedade e ao amor próximo e também serve para reconhecermos a grandeza e a maravilhas de Deus em nossas vida
Material
produzido por Eliezer Martins
Atualizado em, 10 de março de 202
Ainda este
mês vamos postar aqui os fundamentos do dízimo no Novo Testamento.
OBJETIVO GERAL
- Refletir acerca das orientações para a pastoral do dízimo no documento 106, relacionando com a pastoral de conjunto;
HORA: 8h às 12h (respectivamente).
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No dia 07 de abril, de 8h às 13h, no auditório da Paróquia Cristo Rei, foi realizada a 2ª parte do primeiro módulo do CURSO DE FORMAÇÃO DE COORDENADORES DE PASTORAL DO DÍZIMO. Este evento está sendo organizado pela EAPADI, cujo objetivo é capacitar para o trabalho da pastoral do dízimo nas paróquias e comunidades da Arquidiocese.
No dia 24 de março, de 8h às 13h, no auditório da Paróquia Cristo Rei, foi realizada a 1ª etapa do primeiro módulo do CURSO DE FORMAÇÃO DE COORDENADORES DE PASTORAL DO DÍZIMO. Este evento está sendo organizado pela EAPADI, cujo objetivo é capacitar para o trabalho da pastoral do dízimo nas paróquias e comunidades da Arquidiocese.

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CURSO DE FORMAÇÃO DE COORDENADORES DE PASTORAL DO DÍZIMO / 2018
End.: Rua 19 de Março, nº 5 - Guanabara - Ananindeua – PA - fone: 3235-1405
R$ 15,00 (quinze reais) - Opcioanal
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VEJA OS CURSOS ANTERIORES
3ª EDIÇÃO DO CURSO - ANO 2017
1º MÓDULO
2º MÓDULO
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2ª EDIÇÃO DO CURSO - ANO 2016
1º E 2º MÓDULOS
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1ª EDIÇÃO DO CURSO - ANO 2015
1º MÓDULO
Nos dias 25 e 26 de abril 20, de 8h às 12h, no auditório da Paróquia São Geraldo Magela, foi realizado o PRIMEIRO MÓDULO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE COORDENADORES DE PASTORAL DO DÍZIMO. Este evento está sendo organizado pela EAPADI, cujo objetivo é capacitar para o trabalho da pastoral do dízimo nas paróquias e comunidades da Arquidiocese.
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Paróquia São Geraldo Magela |
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Equipe de liturgia da EAPADI - Acolhida e oração |
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Equipe de liturgia da EAPADI - Acolhida e oração |
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Equipe de liturgia da EAPADI - Acolhida e oração |
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Eliezer Martins - Assessor do Curso |
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Eliezer Martins - Assessor do Curso |

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Trabalho em grupo |
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Exposição das atividades FOTOS DO SEGUNDO DIA DE FORMAÇÃO |
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Eliezer Martins - Assessor do Curso |
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Participação da assembleia |
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Participação da assembleia |
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Participação de Pe Dalvan |
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Sorteio de brindes |
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Lanche |
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Participação de Pe Djalma - assessor da EAPADI |
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Oração e Benção proferida por Pe Djalma |
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Oração e Benção proferida por Pe Djalma |
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Oração e Benção proferida por Pe Djalma |
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Oração e Benção proferida por Pe Djalma |
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Equipe de trabalho da EAPADI |
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